quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mensagem, Trabalho de Miguel Justo, Miguel Horta e Oliver

Estrutura da Mensagem:
A Mensagem é uma obra composta por 3 partes, Brasão, Mar Português e Encoberto, cada uma destas partes subdivididas em noutras: Brasão – 5 partes; Mar Português – 1 parte com 12 poemas e o Encoberto – 3 partes.
Na primeira parte, o Brasão: o princípio da nacionalidade em que fundadores e antepassados criaram a pátria.
Na segunda parte, o Mar Português a realização através do mar em que heróis com uma grande missão de descobrir foram construtores do grande destino da Nação.
Na terceira parte, O Encoberto, a morte ou fim das energias latentes é o novo ciclo que se anuncia que trará a regeneração e instaurará um novo tempo.

A Mensagem tem 44 Poemas
19

1.ª Parte

– Brasão –
I – Os campos
    1. O dos Castelos
    2. O das Quinas
II – Os Castelos
    1. Ulisses
    2. Viriato
    3. O Conde D. Henrique
    4. D. Tareja
    5. D. Afonso Henriques
    6. D. Dinis
    7(I). D. João o Primeiro
    7(II). D. Filipa de Lencastre
III – Quinas
    1. D. Duarte, Rei de Portugal
    2. D. Fernando, Inf. de Portugal
    3. D. Pedro, Reg. de Portugal
    4. D. João, Infante de Portugal
    5. D. Sebastião, Rei de Portugal
IV – A Coroa
    Nuno Álvares Pereira
V – O Timbre
    A Cabeça do grifo: O Infante D. Henrique
    Uma Asa do Grifo: D. João o Segundo
    A Outra Asa do Grifo: Afonso de Albuquerque

12

2.ª parte

– Mar Português –

I – O Infante
II – Horizonte
III – Padrão
IV – O Mostrengo
V – Epitafio de Bartolomeu Dias
VI – Os Colombos
VII – Ocidente
VIII – Fernão de Magalhães
IX – Ascensão de Vasco da Gama
X – Mar Português
XI - A Ultima Nau
XII: Prece

13

3.ª Parte

– O Encoberto –

I – Os Símbolos
    1. D. Sebastião
    2. O Quinto Império
    3. O Desejado
    4. As Ilhas Afortunadas
    5. O Encoberto
II – Os Avisos
    1. O Bandarra
    2. António Vieira
    3. 'Screvo meu livro à beira-mágoa.
III – Os Tempos
    1. Noite
    2. Tormenta
    3. Calma
    4. Antemanhã
    5. Nevoeiro


1.ª Parte
•Origem da nossa nacionalidade, destacando-se figuras míticas (“Ulisses” ) e históricas (“ D. Dinis” , “D. Sebastião, Rei de Portugal”, o sonhador, o lutador)-> Nascimento

2.ª parte

•Apogeu dos Portugueses conseguido pelas descobertas:-> Vida
   – “ O Infante ”
   – “ O Mostrengo ”
   – “ Mar Português ”


3.ª Parte -> Morte

•Fim das energias, simbolizado pelo nevoeiro que envolve Portugal.
•Vinca-se o mito sebastianista com a figura do Encoberto.
•Esperança e impaciência do poeta na vinda do Messias, para a construção do Quinto Império (“Quando é o Rei? Quando é a Hora?” – “Screvo meu libro à beira-mágoa” )


Simbologias associadas:
Brasão – simboliza a nobreza imutável do passado;
Mar – simboliza a vida e a morte; o nascimento, a transformação e o renascimento;
Campos – símbolo do paraíso ao qual os justos acedem depois da morte; espaço de vida e acção:
Castelo – dada a sua habitual localização num lugar mais elevado, simboliza a segurança, a protecção e a transcendência;

Quinas – os cincos escudos das armas de Portugal reenviam para as cinco chagas de cristo, adquirindo uma dimensão espiritual;
Coroa – símbolo de perfeição e de poder: promessa de imortalidade;
Timbre – insígnia que coroa o brasão, indicadora da nobreza de quem o usa, remete para a sagração do herói numa missão transcendente;

Grifo – ave fabulosa com a força e a sabedoria, o poder terrestre e celeste;
Padrão – monumento de pedra que os navegadores portugueses erguiam nas terras que iam descobrindo; simboliza o domínio e a propagação da civilização cristã sobre as mesmas;
Monstrengo – simboliza o desconhecido, os medos, os perigos e os obstáculos que os navegadores tiveram de enfrentar e vencer;
Nau – simboliza a força e a segurança numa travessia difícil; bem como o incitamento à viagem e a uma vida espiritual; prende-se, também, com a aquisição de conhecimentos;

Ilha – símbolo do desejo de felicidade terrestre ou eterna; do além maravilhoso; da sabedoria e da paz;
Noite – simboliza a morte; remete para um tempo de gestação que desabrochará como manifestação de vida;
Manhã – símbolo de pureza; de vida para paradisíaca, de confiança em si, nos outros, na existência;
Nevoeiro – simboliza a indeterminação, indefinição; o prelúdio da aparição.

Mito do Sebastianismo:
Assim como Camões também Fernando Pessoa defende a ideia do sebastianismo (Quinto Império). Logo podemos fazer uma análise comparativa entre “Os Lusíadas” e a “Mensagem”.
Ao ler-se as duas obras nota-se uma igualdade em certos pontos, Luís de Camões fala sobre os actos heróicos dos portugueses durante a época dos descobrimentos e também sobre a espera que D. Sebastião consiga levar este império.
Fernando Pessoa fala também sobre a época dos descobrimentos, época em que Portugal brilhava no mundo, em que tinha um grande império, e também fala de D. Sebastião mas não como Camões, Fernando Pessoa fala dele de uma forma abstracta, fala dele para representar melhor a esperança que tem em que Portugal, que este volte a ser o império que já foi um dia e que chega a ser o tão esperado Quinto Império.
A quem diga que Luís de Camões é o pai da língua portuguesa e que Fernando Pessoa é o continuador desse caminho. Que Fernando Pessoa seguiu a obra que Camões começou, continuou o seu “legado” só que de uma forma diferente de ver as coisas.

V Império:
Os quatro primeiros impérios eram, segundo Vieira, pela ordem: os Assírios, os Persas, os Gregos e os Romanos. O quinto seria o Império Português.
Nas escrituras Hebraicas (Antigo Testamento), na Bíblia, Padre António Vieira veio a basear este mito num trecho bíblico, que conta a história do rei Nabucodonosor e do seu sonho, com uma estátua que possuía cinco tipos de materiais.
A utopia do Quinto Império permeia a obra de Fernando Pessoa também, no livro Mensagem.
No caso de Fernando Pessoa os quatro primeiros impérios diferem dos do Padre António Vieira, sendo o primeiro o Império Grego, o segundo o Império Romano, o terceiro o Cristianismo e o quarto a Europa.
O Quinto Império foi uma forma de legitimar o movimento autonomista português, que conseguira o fim da União Ibérica.

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